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EPISTOLA'

Scnhor:

l'iosso piadoso bom Jusu pelasua grandis:;i–

ma misericordia

1)

picdadc 1¡ucira dar

a \".

A.

ho que todos scgtmdo elle pera nossas almas

dcscj;nnos, amen

l\,.

llo govc.-nador Francisco

Ban·cto quando aqui veo no anno passado de

mil

e

quinllcntos e sincocnta e seis cm no,·em·

bro me dissc: que e1·a ncccssíll"io pera scn•iN

de Deos e de \'.

A.

tcr cuem rninl1il companhi:1

!mUs bispos caldeos com hum companhciroos

quíles eu th·c assi e da maneira <JUCmo elle

mandou e lhe:; fiz toda " cal'idade queeu pude,

posta que n5o foi tanta quanta elles mercci5o

por eu mais nom poder. Ojo ''inlc denovembro

de mili

e

quiuhentos, e sincoenta e sete me foi

dad<l hua carta dogo,crnador cm que me dizia

que lhos mandasse pera lhe

r~zcr

caridade e

hmll'ra que elles mcrccem; eu thc pcrguntei

su~

cntcnr;iio

e

elles me dixcr5o, <¡uc era ircm

ve¡·

V. A.,

e da hi

3

Homa polloque me pareceo

rcz5o dar conta a

V.

1\ .

dellcs e do <¡uc scrui

de

sua fee e vida : <pwnto

a

feo posto que cu

nomsayba muytopar·eccme<¡ueentendo

IJO

que

convem a hum born cl1ristao, cu pratiquei com

elles por muitas ,·ezcs :1ssinoTestamento ,·elho

como no

ll0\"0,

e achci que ho S(!Usentido era

conforme

:~os

nossos doctores,

e

<¡uanto ao sen–

tidoliteralachcios muyconfiarlos comoaquc\tes

<¡uc sccriar;¡o. oandar;;o hondoíl<¡uc\las cóugas

acontccerflo, nas mor·alidadcs o sentido moral

sabem o necessario

mas

nom sao tao COITcntcs

como nósc

omumo

ntomas de tudoque lhe pcr··

¡¡unt5o dao

re7.ao

por<¡uo tcm li"ros do nosso

S5o Grcgol'i

o, e d

o

Nm~ianzeno,

e

do

Sao

B~Si·

lio, o de outros muitos doutores conformes a

nossa doutrim1latina: nos artigos da feo e nos

sacramentos da santa madre Jgrrja pratiquci

muytas \'Czcs com elles como

C

fundamento e

cousa necessario em ncnhuma

cous:~

ncm pala–

n a achoi dcferirem de nós; <¡uanto

á

sua \'ida

o bons costumcs he tal c¡ue nao 150 sómentcs

me

dcr:~m

bomcxcmplocmmimmas aoschris·

lfios no,·os desta tcrr·a e os mauros se espanta·

'':io de sua boa ,.id:1, e do sua boa doctrina e

practica os portuguozcs como mais entendidos

so cdifica\'ao tanto {la stw boa ''ida o pratiqua

<JUCpoucos

fall~'·fm

comelles huma ''Ci': que nao

to.rnassem outra, o muytos tomat·ao com elles

CStJ"('Íia dC\"3(lO C OS \iSita\';¡0 mu)t:'IS \'CZCS,

posta (Jttc csth·cssem neste mato, som humens

<¡uc nao come c:1rnc porque sao da hordemde

S5o nazillio conforme ha dos car·tuxos, pcixo

n5o comcm n:l coresma nem no aclvcnto ncm

os dias de jejumde preccito ncmmo pouco

be–

hcm viuho nestes dias; sao muyto rccolhidos e

cmccn·ados de mancira <¡ue nom sahiao fot·aso

uao com muyta

necessid~do

todo ho lempogas·

ta,·5o cm

ora~río

e

contcrnpla~río

e cmestudar

na sagr·ada escritura e cm sanctos doutores que

sobre ellil tem, quando aqui ,·icrao a esta casa

de

noss<~

Scnhora da Picdade diziao mur devo–

tamente miss.. em calldeu :1 qualdiziao Cm toa–

da, oquasi t:lntodiz hoque

:~juda

a

miss~

como

ho <¡ue il diz e dii':iaona com tm1ta

dera~ao

que

todos os (¡tte a ouviao 11cavao muy cdiriC<l<los;

toda \"iaJ>OIIOqueensenti nollcs cmtudoseL'Om

comfonnes a nós, pal'Ccoome l.lem <¡uo ho fos–

scm t:unbom nesto tao altosacr·amento da rnis–

sa pollo que os ensincia lcr latim

e

depois que

o soubcrao lhes onsinei as serimonias da missa

ho qualelles tomar;¡o com tanta

de,·a~fLO

e pu–

scr5o tanta dilligencia, <¡ue <¡uando '"eo a resta

da resurrei(ao de nosso Senhor Jcsu Christo

dixerao missa

cm

latim

eom

tanta llc\"aciio e

tno dcclaracl:lmcnte que eu fiquei espantado e

as~i

os (Jtte os OUI'iriio o da hi por diantc scm–

pre adixor5oern latim sem rn;1is di¡¡;ercmmissa

cm caldcu: nom tcm mais que cstranhar que

par·cccrcm

n:~

pronuncia¡;5o itallianos ou rran·

ceses,

~ntcs

que dixesscm missacm J¡¡tirn lhcs

fiz dizer muJtas missas secas a <¡uoeu esta1·a

preS(!nteedepois deadizcrcmno altaros acom–

panhei por· nmitos dias e dcpois elles ajudaYao

hui'i ao

outro oja aguara dizemmissa com lhcs

ajudar qual<¡ucr pessoa corno os nossos saccr·

dotes: sao 11omcns de muy CSJliritualcon,·ers:l·

¡;ao e muy a¡lartados de toda a ciozi<bdo assi

cmobras como cmpala\Tas, istohe o quescnti

delles, e I>Or me parecer que

V. A. le

varia con–

tentarncuto com esta

cmfonn:~¡;ao

lho escrel'i.

As outr:1s nO\"as

da

christandado dcsta lc!Ta

naoasescr·o1·o artui

pOI"<JUC

determino

de

o f¡¡zcr

¡>Or

outr:~

''ia porque

est~

carta niTo a cscrO\'O

se n5o pero ho atr:lz escrito ho bispo que esta

1

Arch. nacional,corp. chronol.,

parte

!.•,

ma¡;o 102,

doc. ~;;.